14.5.12

Performance de 07/05/2012 do grupo com os participantes:
Alexandre Massato Nakamura
Diego Corrêa de Araújo
Guilherme Leon Oliveira
Maria Angélica Contreras
Milena Correia Cafruni
Renan Cardoso Torres e
Valéria Ap. Nalin (Kamunjin Tanguele)

Relatório 07/05: "Afirmação política: espetáculo e cerimônia", de Clifford Geertz. 

"O texto referência desta semana foi o "Afirmação política: espetáculo e cerimônia", de Clifford Geertz. Neste texto, o autor traz o relato de uma cerimônia de ritual de morte de um rei onde três de suas várias esposas decidem suicidarem-se para acompanharem-no ao eterno. Esta cerimônia foi seguida por todo seu séquito sem que houvesse qualquer tipo de dúvida ou manifestação contrária à decisão de tais esposas. Era a teatralização de um grande momento político, onde a hierarquia estava separada fisicamente pela disposição dos cômodos do palácio: o rei morto estava em um quarto isolado, as torres das viúvas seguiam bastante próximas, o novo rei seguia ao lado e o povo, não podia chegar perto, permanecendo num cômodo onde tinham visibilidade da teatralização, mas não acesso. Isto posto no grupo, passamos a discutir pontos que poderiam estar próximos à nossa realidade política e ao mesmo tempo espacial. Falou-se da questão educacional, do poder do Exército enquanto instituição de Estado, tanto no Brasil quanto em Colômbia (uma componente do grupo é colombiana) e chegamos a algumas possibilidades de acesso ao poder: empresas com seus presidentes, o Candomblé por sua proximidade de respeito à hierarquia tanto quanto ao rei, e finalmente ao Estado enquanto poder hierárquico de maior representatividade do país, mas em que sua representatividade se fazia presente através da Democracia. Então chegamos à conclusão de que esta democracia não era tão democracia assim, mas sim, algo também imposto e a partir desta conclusão, resolvemos, por analogia e valendo-nos somente dos valores centrais do texto, realizar uma performance onde a Democracia estaria espacialmente acima de todos os demais presentes. Ela estaria aguardando a chegada da população, mas esta deveria manter-se o mais afastada possível da Democracia, pois próxima à ela, estaria o político, que exerceria aquilo que fora determinado por ela. Momentos a palavra era passada ao povo, ora ao político, mas a palavra final era sempre da democracia. Encerramos com uma fala final da própria Democracia tirando o direito aos demais presentes de darem suas opiniões e falares."

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