26.6.12


Grupo 1, t s 8, vespertino - Edison, Nico, Rolf

Relatório de ts baseado no texto “O teatro e seu duplo” de Antonin Artaud.

Ao consultarem a Grande Enciclopédia Delta Larousse para verificarem o significado de poesia, os componentes deste grupo encontraram as seguintes definições: arte dos versos – arte de excitar a alma com uma visão do mundo através das melhores palavras em sua melhor ordem – inspiração – o que desperta o sentimento do belo – aquilo que há de elevado ou comovente nas pessoas ou nas coisas. As duas primeiras definições limitam a poesia à palavra escrita e falada, que é o que também tem ocorrido em outras formas de arte como o teatro, por exemplo, que tem sido considerado e apreciado majoritariamente sob seu aspecto dialogado e com narrativas nas quais prima uma forma cartesiana e positivista de pensamento com previsíveis e esperados começo, meio e fim. Já as outras definições não limitam essa arte à somente uma forma de linguagem, o que dá uma visão mais pertinente e abrangente em relação ao universo artístico.
Essa é uma das discussões que Artaud traz no texto supra citado. Ele nos convida a refletir e a contrastar uma poesia para a linguagem com uma poesia para os sentidos, uma linguagem articulada com uma linguagem concreta e física do palco, dirigir-se ao espírito com dirigir-se aos sentidos. Utilizando-nos dos meios de expressão utilizáveis em cena, como música, dança, artes plásticas, pantomima, mímica, gesticulação, entonações, arquitetura, iluminação, cenário, ruídos, etc, podemos avançar para as profundezas do universo poético, sem necessariamente ter que relatar os pensamentos humanos, expor os estados da consciência claros e precisos, elucidar um caráter ou resolver conflitos.
É o que os componentes deste grupo procuraram fazer ao aceitar o convite do texto para uma reflexão nesse sentido. A performance contemplou um primeiro indivíduo em sua loucura expressando a sua arte através de ruídos, risadas, choros, gestos, movimentos corporais, danças, imcompreensíveis para muitos que ali estavam assistindo a sua performance, e talvez também para esse próprio louco, afinal compreender para quê? Uma manifestação de loucura, da arte da loucura, da loucura da arte, sem começo, nem meio, nem fim. Enquanto isso, um segundo indivíduo recitava um poema composto de dois versos repetidamente, pausadamente e em sua língua nativa, no caso, o italiano. Ele o fazia expressando também a poesia de seu corpo através de movimentos em cima de uma mesa, com os olhos vendados pela camisa que ele tirou do corpo, e encerrando a essa dupla ou múltipla recitação em posição fetal. Durante todo esse tempo, um terceiro indivíduo permanecia de costas para todas as pessoas ali presentes, desenhando em uma lousa silenciosamente. Tudo isso ocorreu simultaneamente e sem explicações explícitas. Nada muito claro. “...idéias claras são idéias mortas e acabadas.”

Nenhum comentário: