20.6.12

TS V– in: Geertz, Clifford. “Afirmação Política: Espectáculo e Cerimônia” ( capítulo IV). In:Negara: O Estado Teatro no século XIX, de C. Geertz (Lisboa: Difel, 1991), p. 127;152

Grupo: Liminoid’s Ludens
Bianca Stéfano Vyunas* Carlos Eduardo Santos * Carolina Mendes * Luiz de Castro * Priscila Alves * Thaís Tiriba
TS V– in: Geertz, Clifford. “Afirmação Política: Espectáculo e Cerimônia” ( capítulo IV). In:Negara: O Estado Teatro no século XIX, de C. Geertz (Lisboa: Difel, 1991), p. 127;152

O Flautista de Bali
No TS apresentado pelo grupo, com base no texto de Geertz, propusemos apresentar uma simbologia do poder como a do estado-teatro negara, de Bali, a partir do conto folclórico d’O Flautista de Hamelin, no qual, em uma das diversas versões, um flautista “encanta” os ratos que atormentam uma população, afogando-os num rio. Utilizamos esse trecho da história para fazer referências diretas e indiretas ao capítulo de Geertz. Diretamente, o “sacríficio” das personagens que se deixam levar alegremente pelo flautista (ou gaitista, no nosso caso), que “produz”, ele mesmo, o “precipício” do qual se jogarão as personagens envolvidas pela música, se relaciona com o sacrifício das três belas mulheres na cerimônia teatro-política da queima do rei morto em Bali. Mas, para além dessa relação direta, quisemos também observar como o símbolo apreensível, no caso, a música, orquestrava uma relação de hierarquia que era uma representação e também um conjunto de crenças e atitudes. Assim como em Bali a representação não era somente a representação, mas o próprio conteúdo político, hierárquico e de status, na nossa representação, o sentido, a crença das personagens só são realizados e entendidos dentro da representação do sacrifício e do seguir a hierarquia, também estética, da música, e somente a partir do momento em que ela é ouvida.
Há, portanto, a celebração de um ritual, com uma intensidade que cresce e chega ao ápice: a “morte” ritual dos encantados. E, além disso, podemos observar que quando o gaitista risca no chão o “precipício/fogo/lago”, que é ao mesmo tempo fim e início, pois é o fim da vida e a perpetuação do sistema político-religioso, temos uma relação do tipo “jero”/”jaba”, de espaços que se separam e se completam pela hierarquia, a hierarquia do tocador/rei/chefe e dos encantados/súditos, mas na qual todos têm um papel a representar.

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