18.6.12

Grupo 6, Antonin Artaud, O teatro e seu duplo.


Grupo 6 Os Perdidos, noturno.

Referência bibliográfica:
ARTAUD, Antonin. O Teatro e seu Duplo. São Paulo: Martins Fontes, 1999. Páginas 1 a 48.
Grupo com os participantes: Alice, Bruna, Clayton, Filomena, Herber, Leslie e Marco.


O grupo se posiciona em cena, três pessoas sentam em semi-circulo, voltadas para a figura principal que esta a sua frente na mesa do professor. A cena se configura como uma típica cena de sala de aula, alunos com suas anotações, prestando atenção a figura autoritária central que carrega consigo um livro. Esta figura começa a ler um texto, um texto contraventor, e a performar junta à leitura. Conforme é feita a leitura, os outros 3 participantes como que obrigados, aceitam todo o conteúdo que lhes são passado, sem nenhuma critica e senso de discussão, tudo o que é feito e falado pela figura principal é aceito e tomado pelos outros participantes, de forma autoritária. Sem reflexão, esses três participantes põe literalmente "guela" a baixo esse conteúdo, começam a comer todas suas anotações e textos, até um momento que a entropia é tanto que um dos participantes percebe o que acontece, olha para figura central e sai de cena, posicionando-se de forma como não se pudesse mais continuar ou vai vomitar, rejeita todo aquele conteúdo. No entanto os outros participantes permanecem em cena, comendo seus textos enquanto a figura central continua a ler e performar até chegar em êxtase desproporcional e por fim a cena. 

A performance, no momento do êxtase, extrapola qualquer sentido da linguagem em sua forma literal. A figura principal através do conjunto de gestos e sons eloqüentes transmite toda aflição e intensidade do que pretendia comunicar racionalmente por palavras, e que por fim não foi possível.
Artaud questiona a predominância da palavra e a sujeição do teatro ao texto. A linguagem deve transcender o simples falar e constituir-se também de sons, luzes, onomatopéias, dança, pantomima, mímica, etc.
Os três sentados em semi-circúlo engolem a escrita e os conteúdos expressos de forma racional nos textos, reforçando a crítica feita por Artaud à racionalidade e a linguagem escrita.

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