22.5.12

GEERTZ, Clifford. Negara – O Estado-Teatro no século XIX

GEERTZ, Clifford. Negara – O Estado-Teatro no século XIX. Lisboa, 1980
Capítulo IV – Afirmação política: Espetáculo e cerimonia.
Leandro Fagundes Coelho– N USP - 6471251
Jean Gustavo Oliveira de Moraes– N USP 5935047
Rafael D’Amico Flaborea– N USP 6518961
Ana Paula Malavazi N USP 5163738
Roberta Marcondes Costa– – N USP 5129378
Ricardo Edwards– N USP 5422789
Thais de Almeida Bessa – N USP 6471077

Geertz inicia esse capítulo descrevendo a cerimonia fúnebre de um Rajah em um Estado vizinho à Bali. O cerimonial para tão solene evento é gigantesco e muito elabora, conforme descrição do autor que dispensa algumas linhas para narrar as cores e ornamentos das pessoas que acompanham o cortejo. Essa relação da sociedade balinesa com a morte de uma pessoa com elevado status social demonstra que a vida e a morte desempenham um papel significativo no seu sistema de valores e crenças.
Entretanto, o valor da vida varia conforme o status social do defunto. O ritual fúnebre organizado pelos balineses para marcar uma perda tão grande, inclui o sacrifício de três jovens servas do falecido Rajah que se atiram em direção às chamas, determinadas à encontrar seu antigo amo, e de ajudantes se tornariam as mulheres preferidas e rainhas do seu defunto senhor.
Nosso Teatro-Seminário começa com a morte, ela entra buscando o ex-Governador Fleury. Após encontrar sua vítima, eles seguem para o inferno. Uma repórter noticia que o enterro do ex-governador foi visitado por inúmeras pessoas, e o defunto recebeu diversas homenagens. Vagando pelo inferno, ele encontra um dos 111 mortos no massacre do Carandiru que ocorreu sob a sua gestão. Ao ser questionado sobre quantas pessoas haviam comparecido em seu enterro, o ex-presidiário diz que vivos não houve muitos, mas que de cadáveres mortos com eles haviam vários.
Buscamos mostrar em nosso TS explorar um pouco o valor dado à vida em nossa sociedade, em comparação ao texto de Geertz. Assim como na sociedade Balinesa, em nossa sociedade o valor dado à vida e a importância atribuídas à morte variam conforme o status social que possui o falecido. Uma pessoa com um alto cargo como um Governador, ou um Rajah merecem toda uma sorte de cerimônias e preparativos para marcar a passagem deste tão celebre membro da sociedade. Mas por outro lado, a morte de algumas pessoas, como os presidiários ou as servas do Rajah parecem não demonstrar tão forte comoção nos outros membros da sociedade.


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