25.5.12

Sexorial

Partindo de discussões sobre a experiência, tanto pontuando partes da bibliografia quanto nossas próprias vivências chegamos à questionamento de como seria nos propor a gerar uma experiência, quão ambiciosa seria tal proposta e quão arriscada. O grupo pensou na experiência como conseqüência de acontecimentos sensíveis sendo então mais propício focamos em algum tipo de doação sensorial que possibilite que qualquer reação aconteça, sendo ela uma real experiência ou não. 
Brincando pelo campo da senhorilidade, pensamos em dispositivos que gerem certa ambigüidade de interpretação, ações que tanto assistidas quanto experimentadas podem ser associadas à uma sensualidade dentro do nosso campo social de significações. Signos como o assoprar de pescoço, a massagem na orelha, o sussurro ao ouvido, o perfume do café, o cubo de gelo, elementos que geralmente já perdemos na memória, tanto individual quanto social, o momento em que foram compreendidos como parte do campo semiótico do prazer sexual. A experiência de fato levantou dúvidas sobre como essas significações são criadas, se a apreendemos por experiências físicas, associações individuais ou se por reproduções sociais que recorrem na linguagem mas já podem estar perdida de significado prático. Representamos o que somos ou somos o que representamos? Durante a apresentação, fizemos questão das experiências estarem sendo assistidas, para que houvesse uma referência ao que seria a experiência estética do público. Porém a prática comprovou como a vivência e a estética fazer parte do mesmo campo de apreensão, como de certa forma nunca se está realmente "de fora" diante de algo que lhe é mostrado, o publico além interpretar o que visualmente reconhecia (enquanto os participantes experimentavam de olhos fechados) ainda associavam sinestesicamente os elementos à ponto do participante não sentir a temperatura do gelo, por exemplo, e o público teve a impressão do frio.
Outra reflexão surgiu a partir de se observar o ato performático da suposta sedução e da situação de pessoa assistida de quem estava recebendo os estímulos. Um certo desconforto diante da platéia que exercitava um prazer quase voyeur, e para tudo isso, por mais que nos surpreendamos com nossas reações, ja têm papéis específicos de comportamento que geralmente se podem performar.    

Grupo PerformArte: Agatha Barbosa, Bruna Amaro, Fabio Alex Silva, Isadora Do Val, Maren Michaelsen, Theodoro Condeixa.

Bibliografia de referência: TURNER, Victor. "Dewey, Dilthey e drama: um ensaio em antropologia da experiência". Cadernos de campo, v 13, p. 17 -, 2005 

Data da postagem: 25.05.2012

Nenhum comentário: