15.5.12

Goffman e a consolidação do "Eu" com a performance


Erving Goffman – "As Representações do Eu na Vida Cotidiana"

Grupo 4: Lancheiras

          O TS do grupo foi inspirado no texto de Goffman “As representações do eu na vida cotidiana”. O autor discorre sobre como o cotidiano muitas vezes está permeado de performances, como nossas ações são muitas vezes algo muito discrepante quando estamos frente ao “palco” de quando estamos nos bastidores. Fachadas são criadas e representadas a todo momento, elas são maneiras de agir, maneiras de performar e no fundo são maneiras de ser que realizamos com base em uma expectativa que existe de determinada maneira consolidada aos olhos dos expectadores e que nos são cobradas dependendo do lugar na sociedade que ocupamos e das funções e posturas que são esperadas para cumprirmos.
         O TS mostrou um casal de amigos que senta de forma despojada para conversar sobre assuntos absolutamente banais de forma aparentemente desinteressada. Os dois falam sobre o que estão fazendo em suas vidas: a garota tem um trabalho qualquer que parece não gostar muito e o garoto está estudando administração e parece não se importar demasiadamente com o curso.
         Um tempo se passa, o garoto recebe o diploma de administrador e começa a trabalhar no ramo empresarial, sua postura passa a ser bastante diferente. Ele começa a andar de carro e não a pé, passa a ter uma casa, a usar terno e gravata, corta o cabelo e faz a barba. O casal volta a se encontrar nesse segundo momento e a garota se impressiona com a fachada que o garoto transparece: ele não toma mais cerveja com ela já que passou a tomar apenas vinhos refinados, ele não aceita mais o cigarro que ela oferece, ao se sentar sua postura é ereta e não despojada sobre a cadeira. Essa fachada que ele incorpora e passa para a garota é característica da análise de Goffman: na medida em que "assumimos” um papel na sociedade, devemos dramatizar bem essa fachada para que haja credibilidade no papel desempenhado, assim, um empresário não se vestir com terno, andar na rua com uma lata de cerveja e não fazer a barba não passaria confiança no papel que se supõe que ele deve performare.
        Dessa maneira a apresentação do eu é essencial para a consolidação do papel que a sociedade espera de certas funções sociais que já estão estabelecidas e o desvio performático dessa fachada esperada implica na descredibilização do sujeito como ser legítimo para o desempenho do papel frente ao palco

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