15.5.12

TS 07/05 - Grupo 2

Postagem de Antropologia da Performance – Noturno
Prof. John Cowart Dawsey     Grupo 2: Gabriela Dias
                 Frederico Bertani
                 Thaís Rossi
                 Stella Theodoro
                 Inga Sunremmuk
                 Fabio Zuker




Tendo em mente um dos últimos parágrafos do texto que fala que a cerimônia é uma demonstração gigantesca, com mil imagens, e repetida de mil maneiras que remete a “indestrutibilidade da hierarquia face às forças niveladoras mais poderosas que o mundo pode reunir – a morte, a anarquia, a paixão e o fogo”, o grupo iniciou o debate com essas quatro formas reguladoras em mente. Fomos para um viés mais comparativo de como nossa sociedade rejeita o sentimento hierárquico, pois teoricamente todos nasceram iguais e com as mesmas possibilidades de ascensão. Penso que nossa apresentação diferiu muito da dos outros grupos, pois esses também fizeram uma analise comparativa, mais buscando os traços em comum entre as duas sociedades. A meritocracia reina em nossa sociedade, e sabemos que na realidade não existem as mesmas oportunidades e possibilidades para todos, mas é essa a ideia que o Estado quer que seja difundida e reforçada. Ideia que vai totalmente contra a que o Estado Balinês representa.
Pensamos em representar algo ligado as eleições, que para mim soa o momento ápice de representações que divulgam esse ideal de igualdade, de que seu voto vale o mesmo que o dos outros, independente de classe, de gênero ou de raça. Mas não conseguimos nos decidir em como representar, e acabamos voltando o debate para o dia-a-dia. Varias ideias surgiram no grupo, e percebemos que todas elas poderiam ser ligadas pela imagem da televisão. Mantivemos então, a representação no núcleo familiar, para mostrar como interpretamos de diferentes formas a informação que nos é passada – diferentes interpretações da mãe e da filha – e para mostrar como a ação difere também – a mesma ideia de ações diferentes da mãe e da filha, quando, por exemplo, há um comercial de maquiagem e a filha repete os movimentos que são passados na televisão, e a mãe pensa em comprar, faz as contas, etc. Usamos a televisão para pensar em como o ser humano interpreta as coisas e como diz algo sobre si ao agir.
            Seriam cinco quadros (na televisão) no total, com a atuação da mãe e da filha entre os trechos: 1) O padre desejando Bom Dia e começando uma missa matinal, sendo que a mãe copiaria a abertura do padre e usasse com a própria filha, mostrando assim que a religião, algumas vezes, pode ser uma repetição de uma representação do que se acredita ser “o correto”. 2) A menina muda para um canal de culinária, que diz ensinar o melhor omelete para o café da manha, e a mãe logo se dispõe a ir preparar o café da manha com.. Omelete. 3)Um jornal de noticias sensacionalistas fala sobre a morte de um bandido, enfatizando positivamente o uso da força pela policia 4)Uma propaganda de maquiagens, onde a vendedora mostra o produto sensualmente, dizendo que qualquer mulher ficara mil vezes mais bonita com ele, o que faz a criança copiar os movimentos em casa, e a mãe pensar em compra-lo. 5) Outro jornal, dessa vez com um tom mais sério, fala sobre a morte do presidente.
            Nossa ideia era que os quadros três e cinco (morte do bandido e morte do presidente) terminassem com a frase “O homem será enterrado amanha às 10h, e a missa de sétimo dia será dia 18/5”, mostrando assim que apesar dos dois homens terem posições sociais, terem tido vidas e mortes totalmente diferentes, na morte todos somos iguais. Todos independente de situação financeira ou social, teremos direito a um enterro “digno”, mesmo que seja numa vala comum e num caixão de papelão cedido pela prefeitura. Comparado com a morte do presidente, que provavelmente terá um cortejo, será transmitida para todo o país, e muitas pessoas importantes presentes, é clara a diferença. Mas o que gostaríamos de resaltar, é que nosso Estado não se baseia nas mesmas noções hierárquicas e de Ranks que o Estado balinês. Baseamos-nos na noção de igualdade, e apesar do contraste evidente, nos esforçamos para manter essa noção, pois sem ela a economia vigente baseada nas divergências sociais não conseguiria manter-se.

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