22.5.12

Liminal ao Liminóide: em brincadeira, fluxo e ritual

Teatro Seminário 4
Liminal ao Liminóide: em brincadeira, fluxo e ritual. Um ensaio de Simbologia Comparativa.
Leandro Fagundes Coelho– N USP - 6471251
Jean Gustavo Oliveira de Moraes– N USP 5935047
Rafael D’Amico Flaborea– N USP 6518961
Ana Paula Malavazi N USP 5163738
Roberta Marcondes Costa– – N USP 5129378
Ricardo Edwards– N USP 5422789
Thais de Almeida Bessa – N USP 6471077

O teatro seminário apresentado foi dividido em três cenas separadas pelo apagar e acender das luzes. A primeira cena consistia em uma aula onde a professora apresentava uma matéria exigente e enfadonha e, consequentemente, um de seus alunos está dormindo em sala. Ao acordá-lo com uma bronca a professora é surpreendida pela resposta do aluno que afirma que a escola era lugar de “não ter nada para fazer”. A segunda cena remetia a um treino de alpinismo onde o técnico é super rigoroso com seu atleta sempre brigando, xingando e exigindo muito. O aprendiz de alpinismo, porém, ao descer de sua escala comenta aliviado como é bom e renovador aquele momento de lazer longe do trabalho. A terceira começa com um biólogo entrando em cena e investigando as diversas espécies raras existentes (no caso, a plateia) que, por fim, acha uma espécie raríssima de casulo e começa a investiga-lo até que este, para surpresa e felicidade do biólogo, se transforma em uma borboleta linda e colorida a voar anunciando o fim do espetáculo.
As duas primeiras cenas deste TS tiveram a intenção de retratar algumas passagens específicas do texto que estão, junto a ultima cena, relacionadas com uma ideia mais global do mesmo. A cena da sala de aula remete à “(...) Drumazedier acha que isso é significativo e que a palavra grega “não ter nada para fazer” (schole) também significa “escola””. (p.16). A cena seguinte, do alpinista, está, por sua vez, lastreada pela seguinte passagem: “Esportes como futebol, jogos como xadrez, recreações como alpinismo podem ser difíceis, exaustivos, governados por regras e rotinas ainda mais rigorosas do que aquelas das situações de trabalho, mas, desde que opcionais, são parte da uma liberdade individual, de seu crescimento de auto-domínio e até auto-transcendente.” (p.17).
Todas as cenas se inserem em debates contidos no texto, tentando abarcar diferenças entre Liminal e Liminóide: se para sociedades pré-industriais “(...) a principal distinção é entre trabalho profano ou sagrado, não entre trabalho e lazer.” [como seria para sociedades contemporâneas] (p. 11). A tentativa de expor essas diferenças esteve presente durante toda a peça, seja o aluno que entende como lazer o que é trabalho para professora, seja o alpinista que ‘trabalha’ duro durante seus momentos de lazer, seja o casulo que, num movimento absolutamente natural, se transforma numa linda borboleta que deixa feliz o biólogo que tem um trabalho que se confunde com lazer. Essa passagem da borboleta também pode nos remeter a um rito de passagem numa sociedade pré-industrial, um momento liminal que deve acontecer e que muda totalmente o status do sujeito.
Por fim, a disposição do TS era a mesma da “(...) simbologia comparativa [que] tende a preservar a capacidade lúdica, a capturar símbolo em movimento, e então dialogar e “atuar” com suas possibilidades de formas e significados.”(p. 4)

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