-Turner, Victor. "Liminal to liminoid, in play, flow, and ritual". In: From ritual to theatre: the human seriousness of play (Nex York: PAJ, 1982), p. 20-60;
-Turner, Victor. "Liminaridade e communitas" (Cap. 3). In: O processo ritual (Petrópolis: Vozes, 1974);
Grupo kr²
Allan Levorato
Carolina Mazzarielo
Felipe Torres
Glaúcia Veith
Larissa L. de Barcellos
Kaio Rafael
Kleyton Rogério
Mariana Vieira
Carolina Mazzarielo
Felipe Torres
Glaúcia Veith
Larissa L. de Barcellos
Kaio Rafael
Kleyton Rogério
Mariana Vieira
Com as luzes apagadas, damos início à performance. Os membros do grupo, já espalhados pela sala, assumem e gritam para os presentes os nomes de suas personas, algumas inusitadas: Bob Esponja, Geisy Arruda, etc. Lentamente nos agrupamos, entoamos um "parabéns à você", nos alinhamos e, voltados aos espectadores, gritamos nossos nomes, ordenadamente. Quem por ventura rompe a ordem é censurado e a ordem, restabelecida, até que esbarramos em uma última pessoa, que permanece em silêncio e, mesmo com insistência, se recusa a dizer seu nome.
Com esse jogo pretendemos jogar, de modo livre, com o conceito de liminar/liminoide trazido no ensaio de Victor Turner. A manifestação individual livre, feita no escuro, e claramente dissociada daquilo que tomamos como "realidade", vez que ninguém é aquele personagem que afirma ser, carrega o traço dos fenômenos liminoides. Traz ainda em seu bojo confrontações do que vem a ser identidade, afinal no escuro qual a certeza que se tem que é uma brincadeira e não a mais pura realidade? Carrega, ainda, mais um traço próprio daquele fenômeno: cada qual assume criativamente uma identidade e ainda que todos estejam fazendo aquilo de modo coletivo o produto é mais caracteristicamente individual.
Seguimos com um "parabéns à você" cantado em uníssono, que expressou a ritualidade, com marcador fortemente coletivo, indicando também uma transição para um fenômeno liminar. Em vez de opção, a obrigação, e assim se impunha dizer seu nome, num tom forte e rápido, de modo ordeiro e pasteurizado, simbolizando os processos sociais totais. O ruído se dá pelo membro que se recusou a fazê-lo, paradoxalmente permanecendo silente, representando um forte marcador liminoide naquele fenômeno liminar.
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