17.5.12

10/05/2012 - Grupo 06, TS5, vespertino - Dewey, Dilthey e Drama: um ensaio em antropologia da experiência ( Turner)



Grupo 6: Adriana Mendes Diogo, Cláudia Carolina Fuga dos Reis, Mariana de Oliveira Gomes, Rauni Costa, Shoko Mori, Talita Bertoni.



O Significado é Relacional

            Ao discutirmos o que poderíamos fazer em uma performance sobre o texto Dewey, Dilthey e Drama: um ensaio em antropologia da experiência, de Victor Turner, dois trechos do texto nós chamaram muito a atenção.
“Todos os atos humanos estão impregnados de significado, e significado é difícil de ser mensurado, embora possa ser compreendido, mesmo que apenas de modo fugaz e ambíguo. O significado surge quando tentamos associar o que a cultura e a língua cristalizaram a partir do passado com o que sentimos, desejamos e pensamos em relação ao instante presente da vida”. (Turner, p. 177).
“Todo antropólogo sabe que qualquer campo sociocultural coerente contém muitos princípios contraditórios, todos consagrados pela tradição”. (Tuner, p. 178).
            Assim sendo, passamos a buscar uma maneira de demonstrar o processo de formação do significado, que se dá de modo relacional através da articulação das experiências passadas com as experiências presentes. Lembrando sempre, que o significado pode ter um caráter ambíguo, incoerente e contraditório o que não impede a sua compreensão.
Tendo isso em vista, criamos uma performance que se inicia com três moças dizendo algumas frases que foram veiculadas na mídia por atores, políticos e jornalistas nas mais variadas situações. Estas frases, apesar de terem um conteúdo ambíguo, entraram para o imaginário popular.  Sendo que a compreensão dos seus significados só ocorre à medida que as relacionamos as experiências passadas e presentes da população brasileira. Como por exemplo, no caso da frase “vote Maluf, ele rouba, mas faz”. Ao observarmos o passado político nacional, repleto de governantes corruptos que fazem nada ou muito pouco pelo povo, parece natural que a população prefira votar em um homem que rouba, mas “faz”, ou melhor, diz que faz alguma coisa em prol do povo.
 Além disso, durante a performance, a cada frase dita pelas três moças era amarrado um retalho de tecido em outro retalho, formando uma espécie de corda. Buscávamos assim destacar visualmente a cristalização do significado de cada frase através da presença física dos retalhos, assim como, o aspecto relacional do significado ao amarramos um retalho em outro.
Por fim, é realizado um cabo-de-guerra entre duas das moças que estavam dizendo as frases. Visávamos assim mostrar que o significado também pode se dá por meio da disputa, sendo essa uma das maneiras que temos de articular o passado e o presente e formar o significado.

Referência Bibliográfica

TURNER, Victor. “Dewey, Dilthey, e Drama: um ensaio em antropologia da experiência”. Caderno de Campo, v.13, p, 177 – 185, 2005. 
 


Um comentário:

diana disse...

Tanto o TS quanto o texto colocam de modo criativo o proceso e o problema da produção, circulação e reprodução de significado. O que é mais interessante é a afirmação que o grupo faz sobre a relação entre a criação de significado e a articulação entre passado e presente.